RUBEN LIMA E SEU GOVERNO DE MENTIRAS


Existem vários fatores que fazem com que a atual administração de Panelas seja um desastre. Os fatores que nos levam a essa conclusão são os mais diversos possíveis, todavia, o principal motivo é, sem nenhuma dúvida, terem escolhido a mentira como principal política de governo. 


Dizer que um político apresentou um Plano de Governo e não cumpriu suas promessas de campanha não é nenhuma novidade. Dizer que as mentiras geralmente são deliberadas também não é algo revolucionário, pois autenticidade não é algo comum e somente recentemente ela vem sendo valorizada na política. Então, entramos num aparente entrave: o que diferencia as mentiras do governo Ruben Lima das outras mentiras contadas pelos políticos de carreira?


A resposta para a questão formulada já foi respondida no final do primeiro parágrafo, entretanto, o argumento precisa ser desenvolvido para provar a tese de que a mentira não é somente um elemento do atual governo panelense, ela é o fundamento, o espírito e a estrutura do governo.


A carreira política do atual prefeito da cidade foi um pouco abaixo do medíocre, sua participação na política como vice-prefeito foi bastante apagada e sua passagem como secretário não nos rendeu nenhum benefício. Em sua própria defesa, ele sempre alegou falta de espaço e de oportunidade para mostrar serviço. Desta forma, convenceria o povo de que seria um bom gestor, pois, como gesto de fé, todos nós teríamos de confiar no político que teríamos daquele ponto para frente e não no que tivemos daquele ponto para trás.


Superando esse primeiro ponto, não estaria construindo somente a narrativa de que ele seria um político diferente, mas que seu governo também o seria e para isso teria que conseguir pautas para que pudesse defender. Como sabemos, o atual gestor da cidade sempre foi governista. Foi concebido e se estabeleceu sempre ao lado dos ex-prefeitos Sérgio Miranda, Fred Moreira Lima e da ex-prefeita Joelma Duarte Campos, ou seja, absolutamente nunca havia estado na oposição. Consequentemente nunca havia tecido nenhuma crítica, nunca havia defendido nenhuma pauta, nunca havia levantado nenhum ponto, restava, portanto, se apropriar de ideias e pautas que nunca foram suas e se juntar ao coro dos discordantes. 


Aproximou-se do Sindicato dos Servidores Públicos (onde nunca havia estado), se comprometeu com a agenda do Movimento Cultural Panelense (com quem nunca havia concordado) e, desse modo sub-reptício, foi construindo aos poucos e sorrateiramente sua política, cujos apoios seriam conquistados, especial, mas não exclusivamente, por embuste.


A fraude política, no entanto, não estava presente somente no fato de se apropriar das pautas que nunca foram suas, pois se de fato ele estivesse disposto a cumpri-las e tivesse a intenção de honrar com suas promessas, teríamos um representante legítimo. Passou-se a ideia de que um político que nunca existiu passaria a existir, ou que, de algum modo, a convergência de vários movimentos sociais havia gerado um representante e que os anseios da sociedade civil organizada, finalmente, seriam atendidos. O engano consistia no fato de que o projeto de Ruben Lima era apenas um projeto que consistia em eliminar o debate, aparelhar os sindicatos, calar os discordantes, perseguir adversários e manter-se no poder.


No primeiro dia de governo o prefeito gravou um vídeo expondo a primeira grande mentira. Com um decreto em punho disse que estava “fechando” o lixão da cidade, mas a verdade é que o governo anterior já havia feito isso após um acordo com o Ministério Público e desde o mês de novembro já não havia mais lixo sendo depositado. Ao tomar posse das informações, pois foi informado que não poderia mais colocar lixo no local (como já estava sendo feito pela gestão anterior), decidiu ficar com o mérito e iniciou sua campanha midiática de desinformação e mentira. Publicou um decreto como primeiro grande ato de sua gestão e segura esse embuste até hoje sendo, inclusive, premiado por isso.


Quatro meses após o início do governo, os aposentados passaram a ter suas aposentadorias confiscadas no percentual de 14% e obviamente o prefeito alegou que não poderia fazer diferente, pois era lei. Não conseguiu sustentar a mentira e criou outra, tentou incutir na mente do cidadão que a ex-prefeita Joelma Duarte teria sido a grande autora do projeto e única responsável pelo famigerado confisco, mas o pedido escrito do seu grupo de transição foi exposto e ele foi obrigado a assumir, dizendo numa entrevista para Eugênio Lima, no blog BR 104, que: “foi um pedido nosso”.


As notícias sobre perseguição, a percepção de que sindicatos estavam aparelhados, direitos de servidores sendo negados e uma casta de privilegiados ocupando cargos em comissão e desmandando em detrimento do povo mais carente, foram marcando negativamente uma gestão preocupada em governar para ricos e oprimir os pobres.


Aos poucos percebeu-se que a ideia de estabelecer políticas públicas que garantissem a liberdade de expressão e de pensamento, que os cargos seriam ocupados por aprovados em concurso e/ou em seleções, definitivamente não seria cumprida de bom grado.


Sabendo que o prefeito tinha os “meios de poder”, mas não tinha intenção de cumprir as pautas que o elegeu, restou apelarmos para o Ministério Público. Aos poucos, e com a intervenção do MP, o prefeito foi sendo pautado e obrigado a cumprir alguns pontos do plano de governo. 


Obviamente essas cobranças e ações não passariam sem nenhum tipo de retaliação. Ao ser notificado e saber que teria que fazer Seleção Simplificada no município, o prefeito iniciou a maior campanha de ódio já vista no município contra um vereador. Utilizando-se da máquina pública, das mídias sociais, dos agentes políticos (inclusive vereadores) e da equipe de marketing da prefeitura, ele construiu uma narrativa maligna de que centenas de pessoas perderiam seus empregos. A atitude nefasta e a promoção de desinformação por parte do secretariado e diretores, fizeram com que as ameaças não ficassem somente no discurso e nas redes sociais, mas gerassem atentados contra a vida do vereador. A União dos Vereadores do Brasil emitiu uma nota de repúdio, reprovando o comportamento antidemocrático do prefeito.


Após o ocorrido com a seleção simplificada, houveram movimentos para que a reforma da bica (abandonada por dois anos) fosse feita; a ponte do povoado do patrimônio fosse restaurada e para que fosse feito o saneamento da rua Pedro Gomes etc.


Diante de todo o exposto, percebe-se que temos um governo que desinforma a população, que utiliza os meios de poder para atacar adversários políticos, que estabelece os mais ricos como prioridade da cidade, que preocupa-se com a imagem acima de tudo e consequentemente não representa os anseios de uma população carente de quase tudo. 


O povo panelense padece até hoje em um sistema construído em torno da perseguição, dos cabides de emprego e da falta de oportunidades iguais para todos. Uma casta de privilegiados estão, como sempre estiveram, nas entranhas do poder desta cidade. Não é possível dizer quanto tempo ainda veremos o município preso na roda da retroalimentação da miséria, todavia, é sabido que o nosso problema é basicamente moral. O dinheiro, infelizmente, ainda fala mais alto que qualquer fato ou argumento nesta cidade e somos testemunhas históricas do que o poeta falou sobre “sampa”, a diferença é que lá a grana ergueu e aqui destruiu as coisas mais belas. E você, sabe quem paga por tudo isso?


Pierre Logan
(Advogado, pós graduado em direito penal, medicina legal e perícia criminal. Fundador do Instituto Cultural Paideia)

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Vereador atuante pelo município de Panelas. Prêmio Destaque do Nordeste pela UVB/PE.

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